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Somos descendentes da mesma mulher? - DNA Mitocondrial

  • Foto do escritor: Suzana Sás
    Suzana Sás
  • 2 de abr. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 11 de dez. de 2024



Mulher gávida na natureza.
Foto: Mídia Wix.

As células eucarióticas contêm dois tipos de DNA: o nuclear, originado a partir da combinação entre cromossomos provenientes de indivíduos do sexo masculino e feminino, e o mitocondrial, que corresponde ao material genético transferido apenas por indivíduos do sexo feminino. Somos descendentes da mesma mulher.

Durante a fecundação, somente o núcleo do espermatozóide consegue penetrar no gameta materno, enquanto a mitocôndria paterna fica de fora. Com isso, o embrião é sempre formado apenas pelas mitocôndrias de origem materna.


Uma pesquisa com o intuito de descobrir a origem da raça humana através do mtDNA (DNA Mitocondrial), foi realizada em Berkeley, por Dra. Rebecca L. Cann e equipe do Departamento de Biologia da Universidade da Califórnia. Foram realizados testes com 147 indivíduos, das cinco populações geográficas do nosso planeta, de todos os grupos de seres humanos, e concluiu-se que todos possuíam um mtDNA idêntico.


Embora exista consenso entre especialistas sobre o conceito da Eva mitocondrial (ou seja, de uma ancestral comum mais recente, que pode ser estimada a partir de cálculos feitos com o sequenciamento genético), as datações sobre quando ela teria vivido ainda são objeto de debate — e a janela das projeções mais confiáveis ainda apresenta uma variação de mais de 50 mil anos.


Em termos práticos, para restaurar esse passado, os especialistas realizaram uma conta reversa. Eles sequenciaram o mtDNA de diversos indivíduos ao redor do mundo e, com a ajuda de computadores, compararam as informações e mutações encontradas neste material.


Os cientistas aprenderam a estimar o tempo que demora para essas mutações genéticas aparecerem ao longo das gerações.

Isso permitiu calibrar esse 'relógio molecular' e compreender melhor quanto tempo demorava para que as mutações observadas no DNA mitocondrial acontecessem.

A partir disso, foi possível calcular que a Eva mitocondrial teria vivido no sul da África, na região que conhecemos hoje como Zimbábue e Botsuana, entre 150 e 200 mil anos atrás.

O mtDNA das gerações seguintes sofreu mutações aos poucos. Com isso, surgiram ramificações.


Segundo a geneticista Tábita Hünemeier, do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), o que temos, então, é uma ancestral comum que carregava um mtDNA a partir do qual derivaram todos os outros mtDNAs que existem hoje.


"A mitocôndria é uma organela que produz energia", resume a bióloga Gabriela Cybis, professora do Departamento de Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Cybis pondera que, como o assunto envolve milhares e milhares de anos, há um grau de incerteza considerável nos cálculos e nas projeções publicadas até o momento.

"Mas, sem dúvida, as informações que temos hoje sobre a Eva mitocondrial são nossa melhor estimativa", diz ela.


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